Tuesday, December 26, 2006


A edição norte-americana da revista Rolling Stone lançou em seu site (www.rollingstone.com), no dia 22 de dezembro, uma lista (pretensiosamente entitulada como "definitiva") das melhores bandas no MySpace. Seguindo a forte tendência interativa do site da revista, a Rolling Stone fez uma pesquisa com os internautas, a partir da qual foram selecionadas cerca de 1.700 bandas. Após a seleção popular, a equipe da revista entrou em ação. O material disponibilizado por todas elas foi avaliado, o que certamente exigiu muito trabalho e paciência dos responsáveis. Desse total, foram selecionadas as 25 consideradas mais interessantes e promissoras.

Será preciso dizer que qualquer seleção deste tipo será necessariamente questionável? Tratando-se de projetos novos e, de certa forma, desconhecidos do grande mercado, as dificuldades de consenso são ainda maiores. No entanto, é também inquestionável a capacidade de um veículo como a Rolling Stone para antecipar tendências e até criar cenários culturais. Quem sabe, ao apreciar esta lista de novos nomes, não estaremos contemplando futuros destaques do mainstream. Bem, podemos ter uma certeza, a revista tem moral para fazer suas apostas e algumas delas são bem razoáveis, eu diria.

A despeito de toda a discussão a respeito da legitimidade desta lista, a sua importância é também devida ao fato de um dos maiores e mais tradicionais veículos de comunicação cultural do mundo reconhecer e dar espaço a bandas independentes que usam o cyberspaço para divulgar seus trabalhos. O MySpace é um serviço destinado à interação social na rede pertencente ao grande conglomerado de mídia News Corporation, de Rupert Murdoch (também dono da Fox, DirecTV, etc.). O Espaço nunca se destinou em particular à divulgação de grupos musicais. No entanto, essa prática é adotada hoje com grande êxito por bandas independentes de todo o mundo.

FALTOU DISTORÇÃO

É bastante complicado avaliar o potêncial de um grupo com base em apenas uma canção. De qualquer maneira, essa é a forma de divulgação utilizada. Eu não pude resistir e fiz um "passeio" pelo material disponibilizado das 25 bandas selecionadas. A triste constatação, apesar do próprio nome da revista, é que faltou rock. Isso mesmo! Na lista, ficou bem clara a opção editorial por baladas pop açucaradas, alguma coisa eletrônica e (para o meu espanto) muito espaço para o experimentalismo e esquisitices vanguardistas. Uma pena o fato de a maioria delas ser insuportavelmente chatas. A maioria das bandas fica entre o pop retrô e um rock meio vanguardista com cara de intelectual.

Na minha opinião o "Troféu Chatisse" fica para o Los Super Elegantes. Uma banda que lista entre suas influências de Tim Maia à Metallica, mas no fundo só consegue ser mesmo é esquisita. Ensaia um pop dançante que tenta parecer despretencioso mas na verdade posa de pós-moderno, vanguardista. Lixo conceitual. Coisa para intelectual metido que gosta de dar uma de "oldfashioned".

Gostaria de destacar positivamente os ótimos vocais femininos de bandas como An Pierlé & White Velvet (que lembra um pouco Cold Play, acho que por causa dos pianos marcantes) e Night Driving in Small Towns (a única que ouvi repetidas vezes). Destaque também para o Metal Insdustrial misturado com música eletrônica da banda alemã B.O.S.C.H. Além do nome bem apropriado, o grupo tem muita qualidade e uma estética bem nova. Vale a pena dar uma conferida.

Houve também espaço para o R&B e Hip Hop com pitadas de esquisitice das bandas The Beauty e Bedtime for Toys.

Nada do que eu diga pode substituir a apreciação das bandas escolhidas. Existe um motivo para elas estarem lá, mesmo as ruins. Acesse http://www.rollingstone.com/rockdaily/index.php/2006/12/22/rolling-stone-declares-the-25-best-bands-on-myspace/ para ver a lista e ouvir as canções. Quem lê em inglês pode conferir a opinião de várias pessoas sobre as bandas selecionadas, que também é muito legal.

Thursday, November 23, 2006

A moqueca esquecida no fundo da geladeira


O Espírito Santo ainda é celeiro de excelentes grupos e movimentos musicais. Muitas coisas que se cria por aqui apresentam qualidade estética e conceitual, muitas vezes, acima dos padrões do resto do país. Uma viagem musical da capital ao interior do nosso Estado evidencia o fato de que, apesar de todas as dificuldades, a produção artística deste segmento nunca parou. Um grande destaque para o cenário “underground”, em que as próprias bandas organizam eventos a baixo custo e sem qualquer retorno financeiro.

Vale o questionamento: o que não é “underground” no Espírito Santo atualmente? Pesquisas veiculadas pelo Jornal A Gazeta mostram que grande parte dos capixabas não tem nenhum conhecimento a respeito dos grupos musicais daqui. Os eventos apresentaram nos últimos tempos uma mais que sensível baixa. Isso para não mencionar a venda de discos. A musica capixaba hoje é essencialmente subterrânea, desconhecida das massas, ignorada em seu próprio território.

O que chama bastante atenção é que, há aproximadamente três anos atrás, quem olhava este mesmo cenário via uma realidade bastante diferente. Em meados de 2002, a música capixaba apresentava um salto quantitativo para lá de significativo. A mistura de rock, reggae e congo das bandas Manimal e Casaca ganhava espaço nas ruas e a preferência dos ouvintes nas rádios de todo Estado. Vale mencionar também o “boom” das bandas de reggae como Macucos e Rastaclone. Na época, alguns fatores importantes já sinalizavam a natureza frágil desta prosperidade e condicionaram, de certa forma, e sua decadência. A começar pelas deficiências conceituais advindas do próprio segmento. Os artistas, agências de eventos e a própria mídia local se prenderam a uma fórmula que, a curto prazo, se mostrou desgastada. O conceito de “música capixaba” foi trabalhado de forma muito localizada, tradicionalista e fechada. Não houve em si a preocupação de expandir a contribuição que a nossa cultura poderia agregar na música nacional como um todo. As bandas que utilizavam elementos folclóricos do Espírito Santo se esforçaram pouco em interagir com o restante do país. Ao contrário de outras tendências musicais regionalistas como o movimento Manguebeat de recife, ou mesmo a música grunge da costa oeste estadunidense, a música capixaba não conseguiu exportar sua influência para o resto do mundo e se tornou escrava de um modismo localizado e efêmero.

É certo que os protagonistas da cena musical capixaba na época apostavam em um certa auto-suficiência do mercado local. Bem, outros fatores contribuíram para que esta fosse uma opção irreversivelmente frustrada. Sem dúvida, qualquer leitura deste tipo corre o risco de parecer tirânica, mas me atreverei, com base na minha humilde interpretação, a enumerar dois destes principais fatores.

Um bom exemplo de auto-suficiência de mercado musical no Brasil é a região sul. Ainda que muitos artistas migrem para o eixo Rio-São Paulo com o objetivo de conquistar um sucesso mais amplo no território nacional, quem já foi a cidades como Curitiba e Porto Alegre tem noção da força de sua cena local. As diferenças entre o Sul e o resto do país são discussão batida, não pretendo me alongar nestas disparidades sociais e econômicas de nosso Brasil. Gostaria de chamar a atenção do leitor, especificamente, para a questão da infra-estrutura. A capital do nosso Estado, neste quesito, deixa evidente a precariedade do todo. Em Vitória, são cada dia mais escassos os locais para realização de eventos. Os estúdios de gravação com certo nível profissional são economicamente inacessíveis a grande parte da população e os incentivos são raros e mal-estruturados. Um exemplo é a Lei Rubem Braga de incentivo à produção artística no Estado. O poder público não consegue sequer padronizar os quesitos para julgar os projetos contemplados, quanto mais fiscalizar a execução e o destino da verba pública empregada nestas obras.

Do outro lado da cadeia produtiva está o público consumidor capixaba. No geral, este público é carente de informação e, muitas vezes, a questão da qualidade musical é relevada a segundo plano. Eventos como carnavais fora de época, shows com os mesmos artistas e com as mesmas canções executadas exaustivamente pela mídia massificante gozam de amplo prestígio de público. Não pretendo aqui julgar qualquer gênero ou, de maneira preconceituosa, desmerecer a diversão desta moçada. Mas o fato é que, na maior parte das vezes o público leva outras coisas em consideração na hora de escolher seu programa de fim de semana. O capixaba quer saber “onde está o rock?”, onde tem mais cerveja, pegação e menos “gente feia”...porque “gente feia ninguém merece”, não é?

Enquanto isso, nós assistimos uma verdadeira debandada de artistas capixabas para os grandes centros produtores das tendências culturais do Brasil. Agente torce para que o Dead Fish venha a Vitória no fim do ano e esquece que, por mais de dez anos, os caras tocaram em lugares apertados e precários, a dez reais a entrada, bem perto de nossas residências. Pessoalmente espero que algo um dia mude realmente. De quem isso depende? Podemos começar por nós mesmos. Vá ao shows. Conheça as bandas. Se gostar e quiser, compre os discos. A produção é rica e ininterrupta. Em outras palavras: Saia de casa, tem muita coisa acontecendo perto de você.

Friday, November 17, 2006

BOTINADA!! - Revirando a Hitória do Movimento Punk no Brasil

Clique aqui para assistir o trailer do documentário no YouTube

Reunir dezenas de depoimentos, gravações e registros que documentam as origens do movimento Punk no Brasil não parece ser uma tarefa fácil. A julgar pela pouca visibilidade que este tipo de mobilização cultural encontra na mídia tradicional até hoje, dá para imaginar a situação em meados da década de 1970, em pleno período mais agressivo da ditadura militar. O produtor e diretor Gastão Moreira abraçou o desafio de condensar os primeiros anos desta história em cerca de 110 minutos e revirar o baú empoeirado de arquivos do Punk nacional entre os anos de 1976 e 1984. Com o título de“Botinada! - As Origens do Punk no Brasil”, O trabalho foi lançado em setembro deste ano. Trata-se de um estudo de quatro anos, 77 entrevistas com personalidades influentes do movimento na época e muitos arquivos raros, inclusive alguns inéditos.

O ponto central do documentário é a cena paulistana da segunda metade dos anos 1970. Cenário efervescente de revolta contra a repressão e o moralismo da época. A exemplo de Nova York e Londres no início da mesma década, foram criadas em São Paulo as condições essenciais para que a juventude se rebelasse e propusesse os alicerces da cultura punk brazuca. Apesar da opção por esta perspectiva paulistana, outras regiões do país também foram retratadas, porém, de maneira mais superficial. Teria sido nas regiões do ABC e de São Paulo capital que o punk tivera mais notoriedade, ganhando espaço no cotidiano familiar e nos veículos de comunicação da grande mídia. Sempre a partir de uma abordagem exagerada e depreciativa, como mostra a pesquisa do diretor.

O DVD traz registros audiovisuais das bandas, personalidades e eventos mais marcantes da cultura punk brasileira, nesses seus trinta anos de história. De acordo com Gastão Moreira, em entrevista para o site Auto-falante, encontrar os “velhos punks” foi como uma gincana repleta de pistas falsas e a coleta de fotos e jornais não foi menos dramática. Grupos como Olho Seco, Replicantes, Inocentes, Garotos Podres e Cólera aparecem em cenas inéditas e personalidades históricas, como Clemente (Inocentes) e Kid Vinil, dão o tom do discurso, sempre seco e contundente. Um dos pontos chave do documentário é a realização do Festival “Começo do Fim do Mundo” em 1982, tido como um dos marcos do movimento no Brasil.

Gastão Moreira foi VJ da Music Television Brasil e passou anos a frente de programas que cediam amplo espaço à cultura alternativa underground e independente, com participação constante de bandas de Punk Rock. Entre eles teve destaque o “Musicaos” da TV Cultura que durou cerca de três anos, em um total de 143 programas. Segundo o próprio diretor e produtor, o movimento punk teve grande importância em sua vida. A partir do lema “Do it Yourself”, Gastão afirma ter aprendido com com o gênero que poderia aprender a tocar, ter uma banda e até produzir um documentário. Em entrevista ao site mineiro Alto-Falante, o diretor estreante afirma que não pára por aqui e já tem planos de fazer um outro vídeo, tendo como foco o Metal.

Saturday, October 21, 2006

O Luto de um homem que só usava preto...


"I pray that God will give me courage
To carry on 'til we meet again
It's hard to know she's gone forever
They're carrying her home on the evening train"
trecho de On the Evening Train, faixa 6 de American V

“American V – A Hundred Highways” é o título do disco póstumo de Johnny Cash. A produção é assinada por Rick Rubin, o sujeito por trás de vários clássicos da história do rock e um dos produtores mais procurados do momento (atualmente, estão na fila Metallica, U2 e Velvet Revolver). American V não é necessariamente um lançamento (o disco chegou às lojas em julho de 2006) mas é, sem dúvida alguma, item essencial para qualquer interessado na história deste ícone da musica mundial. Ainda que composto majoritariamente por covers de compositores tradicionais norte-americanos, o registro musical não poderia ser mais auto-biográfico. As gravações são de 2003 e compreendem o período entre a morte de sua esposa June Carter Cash e o falecimento do próprio Johnny, 4 meses depois. Em todas as 12 faixas (entre elas, duas autorais e inéditas) a voz de Cash soa mais frágil e renitente, demonstrando toda intensidade da dor de sua perda, neste que foi considerado pela crítica o mais desolado de seus trabalhos.
O conteúdo emocional do quinto volume da série “American” é inquestionável. Mais do que prever sua morte, Johnny a desejava de alguma forma. Em parte por ter perdido seu motivo para viver, em parte por acreditar que a morte seria o caminho de volta para June. Isto fica claro a partir das canções selecionadas. Na música de abertura “Help Me”, o cantor pede a ajuda e coragem para caminhar “mais esta milha”, a “última milha”, a transposição da barreira entre a vida e a morte.
Quem assistiu a biografia cinematográfica de Cash, lançada no ano passado com o título de “Johnny and June”, pode ter uma idéia da importância da esposa na vida do compositor. June é um exemplo de como alguém pode salvar a vida de um homem de todas as maneiras possíveis. No auge de seu pesadelo com as drogas, entre prisões e internações, ela deu-lhe um bom motivo para viver, e após sua despedida em 2003, um bom motivo para morrer. Na minha opinião, eis uma das histórias de amor mais bonitas do século. História esta, coroada com várias canções e agora este disco póstumo, com potencial para deixar qualquer marmanjo com lágrimas nos olhos (isso não é nenhum tipo de confissão).
Johnny Cash monstra que, a despeito de sua voz já melancólica e frágil, prejudicada por sua doença e morte iminente, sua genialidade e sensibilidade permaneceu intacta até seus últimos suspiros. Para além de qualquer técnica ou teoria, o conceito de “American V: A Hundred Highways” está no coração deste intérprete e compositor. Em sua última composição, meses antes de morrer, Cash pede que coloquem seu caixão no “trem 309” e assim ele parte com destino certo.
De acordo com o produtor Rick Rubin, ainda existe uma quantidade considerável de gravações que darão origem a um segundo disco póstumo de Johnny. Segundo Rubin, o disco será lançado em 2007. Preparem-se para o “American IV”, o homem de preto ainda tem algo a dizer.

Thursday, October 12, 2006

Udora, Diesel e "A Volta dos que não Foram"



"A volta dos que não foram" será o nome do novo disco em protuguês. De acordo com o vocalista Gustavo Drumont, a banda não deverá mudar de nome.

Reviravoltas e mudanças drásticas já não são novidade para a banda mineira Udora (ex-Diesel). Por fim, a ordem dos últimos acontecimentos na história do grupo culminou com o retorno deles ao Brasil. No dia 28 de Setembro, o frontman Gustavo Drummont desembarcou em Belo Horizonte trazendo à tira colo os fragmentos de dois projetos distintos. Para a banda, 12 novas canções (todas em português!) que darão o tom aos novos caminhos a ser trilhados pelo coletivo. Outras 18 canções já finalizadas integrarão um projeto solo do vocalista. Segundo o próprio Gustavo, o trabalho solo terá um estilo mais folk. O próprio autor o compara ao som da cantora canadense Leslie Feist e do estadunidense Ryan Adams.

Conforme divulgado pelo cantor/compositor/guitarrista/líder e porta-voz na comunidade da banda no Orkut, os integrantes remanescentes já estiveram reunidos para discutir o futuro do Udora. Após o encontro, TC decidiu abandonar o grupo e o Guitarrista Leo Marques continua. Se juntam a eles os músicos mineiros Daniel Debarry e PH (baixo e bateria, respectivamente).

Os fãs da banda devem estar acostumados com esse tipo de mudança aparentemente repentina. Após ganhar a Escalada do Rock e tocar no palco mundo do Rock in Rio, em 2001, o ainda intitulado “Diesel” demonstrava sérias intenções de trocar as terras tupiniquins pelos ares do norte. Na ocasião, em entrevista ao jornalista Thiago Cardim da America On Line, Drummont teria mencionado o interesse em seguir os passos do Sepultura e se aventurar mundo a fora, em busca de reconhecimento internacional. Quem parece ter levado essa conversa bem a sério é o ex-baterista, Jean Dolabella, que atualmente excursiona com a banda de Andreas, Derek e Paulo. Eles passaram pelo Espírito Santo no mês passado.

Após morar durante meses dentro de uma van, mudar completamente de som, roupa e corte de cabelo...Após quase quatro anos em Los Angeles (CA), um contrato frustado com a J Records e uma série de shows importantes, entre eles uma turnê com o mito grunge Jerry Cantrell (ex-Alice in Chains)...eles estão de volta. Quem viu os rapazes saírem daqui em 2002 poderá não reconhece-los, mas o que fica claro, mesmo diante de tantos obstáculos, é sua criatividade e determinação para recomeçar do zero, formulando um novo conceito e, desta vez, com um novo idioma. Seu talento e capacidade são inquestionáveis, coisa que os dois álbuns lançados até agora podem comprovar. O que nos resta é torcer para que os caras façam as escolhas corretas e obtenham o reconhecimento esperado para viver do que gostam e sabem fazer.
Cara leitor, eu poderia desperdiçar mais alguns minutos do seu precioso dia e de quebra deixar este post tão extenso a ponto de assustar os olhos mais cansados. De qualquer forma, não pretendo comentar as músicas novas, já disponibilizadas no site da Trama Virtual. Prefiro fazê-lo com base no projeto finalizado e devidamente maturado. De qualquer forma ouça você mesmo as pré-produções e tire suas conclusões.

Thursday, October 05, 2006

Fogo na Babilônia!!!


Avenged Sevenfold. Revelação em 2006 com o clipe "Bat Country"

Vai aí uma dica. Este clipe da banda californiana Avenged Sevenfold marca a sua estréia sob os holofotes do mainstream norte-americano. Premiado na categoria revelação do VMA deste ano, a estética deste video-clipe fecha completamente com o conceito fundamental de seu segundo disco “City of Evil”, lançado pela Warner.
A “Cidade do Mal” é um espaço menos físico que psicológico e surpreende pela ausência de amor, de bons sentimentos. Povoada por demônios e marcada pela banalização da sexualidade, pelos jogos, vícios e pela diversão barata e vazia. City of Evil é um pedaço de inferno na terra e trás a tona uma visão de um mundo superficial e perdido, profanado pelas paixões e vícios humanos.
A banda, que lista entre suas influências clássicos como Iron Maiden, Metallica, Guns'n'Roses, Pantera e Bad Religion, mostra em “Bat Country” todo o vigor e o peso do bom e velho rock'n'roll com uma essência para lá de emblemática em sua forma e conteúdo. A idéia contida no vídeo pode até ser, de certa forma, um grande clichê do rock, afinal, os morcegos já eram o prato predileto de Ozzy Osborne antes mesmo de M. Shadows e sua turma pensarem em pegar nas guitarras. Mas essa idéia clássica é trabalhada de uma maneira jovial e inovadora. Dá realmente para ter esperança de que o rock pode ser mais heterossexual, mesmo nessa época de franjas, lápis de olho e delineador.

Sunday, October 01, 2006

Cala a boca, Brandon!!!
Brandon Flowers, vocalista da banda norte-americana The Killers, é um sujeito bonito (sem viadagem!). Tem um vocal singular e também é um ótimo compositor. Não por acaso, o disco de estréia dos caras (Hot Fuss, 2004) estourou hits como Mr. Brightside e Somebody Told me em escala mundial. Ok, mas como nem tudo são flowers (sacaram o trocadilho!!! ihhhaaaa), além de apresentar uma performance de palco considerada fraca pela crítica especializada, quando o rapaz resolve abrir a boca, seus companheiros tem muitos motivos para suar frio e até fazer “figa”.
De acordo com informações do site da MTV, os comentários de Brandon têm motivado uma barulhenta rixa com os caras do Fall Out Boy. Recentemente, ele chegou a declarar que o Fall Out Boy exerce uma influência negativa sobre os fãs porque a garotada acaba consumindo em larga escala tudo que a banda afirma ter gostado. “Isto é muito perigoso”, disse o cantor. É importante ressaltar que o Panic(!) at the Disco, talvez uma das maiores revelações do mercado musical em 2006, foi descoberta e produzida por Pete Wentz, baixista e vocalista da banda de Chicago.
Brincadeira?!?! Parece que não. Apesar de todas as tentativas de Pete de pôr esta rixa em panos quentes. Brandon Flowers não pára de colocar mais lenha na fogueira. Afirmando, inclusive, que havia “um ser dentro dele” que tinha uma imensa vontade de encher todos esses “emos” de porrada. Brandon, meu caro, muitos de nós já pensamos algo assim, mas tudo tem limite, né?
Sobrou farpas até para o Tom Yorke, que estava quieto no lugar dele, sem mexer com ninguém. Segundo o front man do Killers, Yorke está desperdiçando seu talento como compositor e deveria deixar de fazer discos experimentais, voltando a compor canções como “Creep”. Seu companheiro de banda, o baterista Ronnie Vannucci, até reclamou do excesso de atenção dado pela imprensa ao vocalista.
Deixando de lado as cabeçadas de Flowers, o disco novo do Killers será lançado no próximo dia 3 de outubro. A crítica norte-americana e inglesa tem dedicado especial atenção e muitos elogios ao segundo trabalho dos caras, por isso fique ligado em Sam's Town. O disco já tem até um clipe exibido pela MTV, o hit “When You Were Young”, gravado no México. Quem sabe com o lançamento do disco novo, o rapaz usa a boca mais pra cantar e menos pra falar besteira.