Homossexualismo adelescente nas páginas da Istoé
A edição de 2 de Novembro da revista “Istoé” traz na parte de comportamento uma matéria muito interessante a respeito do homossexualismo na adolescência. É importante fomentar esse tipo de discussão principalmente pelo fato de tratar-se da uma fase extremamente complexa sob o ponto de vista psicológico. Para além dos clichês, nesses casos é realmente muito mais complicado para um adolescente assumir uma posição aberta em relação a sua sexualidade, tanto por questões sociais, econômicas e psicológicas - que envolvem inclusive a aceitação própria em relação a sua sexualidade.
Bem, não sejamos hipócritas. Eu realmente não acho a coisa mais bacana do mundo um romance entre dois marmanjos, esse barato de barba roçando, coisa e tal. Não acredito também na chamada “importância” da diversidade sexual nesse sentido, o que faz parecer que se não existissem gays nós deveríamos produzi-los para o bem da sociedade. Talvez me estigmatizem por essas posições, o que posso dizer: faz parte da vida. O fato é que o que eu penso ou não a respeito, se eu gosto da idéia ou não, também não faz a mínima diferença. As relações homossexuais foram/são uma realidade nas mais diversas civilizações ao longo da história da humanidade. São diversas as tentativas de explicar que pessoas podem sentir atração pelo mesmo sexo.
Pensar indivíduos primeiramente como seres humanos é sempre uma solução. Não se trata de complacência e muito menos de incentivo, mas de respeito e tolerância. Conceitos não muito complicados a partir do momento que pessoas devem ser reconhecidas por seus valores e ações e não por suas opções sexuais, ideológicas ou culturais. Tolerância e amor ao próximo têm muito mais a ver com aceitar as pessoas e seus diferentes pontos de vista do que pensar que elas necessitam de uma espécie aprovação para gerir suas vidas.
É importante também pensar esse contexto sob a ótica da lógica de consumo da sociedade capitalista. A catarse promovida pelos meios de comunicação é restrita aos estratos da sociedade com poder aquisitivo para mobilizar o desenvolvimento de um outro nicho de consumo. O chamado “pink money” (poder de compra dos homossexuais) promove a elaboração de novos conceitos e produtos, principalmente na industria do entretenimento. Piadas de cunho homofóbico são vistas como algo deplorável (e não pretendo dizer que não o sejam), mas dizer que uma festa “só tem gente bonita” é algo completamenta aceitável e até objeto de promoção. O conceito de “gente bonita” pode ter ainda duas significações que, contudo, não se excluem: pessoas que não se encaixam nos padrões industriais de beleza de nossa sociedade; e pessoas pobres. Não nos enganemos, a diferença de tratamento entre as duas atitudes não é uma mera coicidência cultural (se é que esse conceito – quase neologismo – se aplica a alguma coisa).
Considerar que alguém, simplesmente pelo fato de ser homossexual, pode te assediar de forma explicita e intransigente não é menos preconceituoso do que pensar que um indivíduo pode te assaltar por ser preto, pobre e estar mal-vestido