A banda capixaba Antemic dá prosseguimento aos preparativos de seu próximo trabalho, esperado para o segundo semestre deste ano.
Antemic, ainda com o baixista Arthur Navarro (último da direita). Foto "roubada" do fotolog da banda.
Com mais de três anos de história e muita poeira da estrada na bagagem, o Antemic passa atualmente por uma fase de importantes decisões a respeito de sua trajetória. Do lançamento do primeiro EP homônimo até aqui, a banda passou por diversas mudanças em sua formação original. A última, no início deste ano, resultou na saída de um de seus fundadores, o baixista Arthur Navarro. Para o seu lugar foi escalado Léo que, entre outros projetos, faz parte das bandas Volume 7 e Take Me. O Antemic passou ainda por uma série de shows com músicos convidados e agora, tendo finalmente sua nova formação 100% reunida, começa a rever antigos projetos e caminhos a seguir. Entre eles, está o lançamento do próximo trabalho. Com algumas músicas já preparadas, a banda planeja voltar ao estúdio para mais algumas gravações que possivelmente resultarão no seu primeiro disco inteiro. Já não era sem tempo! Inicialmente, o disco deverá sair pelo selo independente paulista Highlight Sounds.
O Antemic já rodou por todos os estados da região sudeste, conquistando reconhecimento por onde passa. Apesar da vista grossa da mídia generalista capixaba em relação ao que acontece em seu próprio quintal, o repertório apresentado nos shows e o material gravado até agora têm potencial para firmar a banda como um dos nomes mais fortes da música independente feita no Espírito Santo e, quem sabe, conquistar o restante do país. Duvida? Então confira algumas músicas que farão parte do disco na playlist do A&P.
Fugindo de rótulos
Definições são sempre um caminho sinuoso para qualquer jornalista. Quase sempre o que se consegue é contrariar todos os fãs e também os artistas. Tratando-se do cenário musical contemporâneo, acredito que as dificuldades sejam ainda maiores. As novas tecnologias possibilitam a diversidade sonora e o intercâmbio entre diferentes artistas de diferentes localidades. A facilidade de acesso torna a música policromática e os rótulos perdem a validade na velocidade de um click. O Antemic é mais uma das bandas que dispensa rótulos. Apesar de ter os dois pés fincados no punk rock/hardcore melódico do fim dos anos noventa, os quarteto de Vitória se vale de influências como Hot Water Music, Foo Fighters e The Used para transpor os limites dos power chords e riffs oitavados característicos do hardcore californiano.
De qualquer forma, a banda rejeita o caminho fácil, aberto por grupos como NX Zero, Fresno e CPM22 na grande mídia especializada do país. Apesar de apresentar uma gênese sonora que passa por influências básicas comuns, o caminho escolhido os distancia completamentamente do gênero definido como “emo” pela grande mídia. “O Fábio Júnior já fez sucesso, então alguém resolveu pegar o som do Fábio Júnior e colocar um pouco de distorção no fundo. Essa proposta definitavemente não nos interessa”, alfineta o guitarrista Zé Neto, em entrevista ao Álcool & Prozac.
Não espere choramingos, cigarro metolado ou crises existenciais pré-adolescentes. A intensidade neste caso é fruto de rock'n'roll sincero, sem pieguices e lugares-comuns. Como liberdade e personalidade não combinam necessariamente com sucessos de vendas para o mercado nacional, o caminho até o “mainstreem” não é dos mais fáceis para quem não se adequa facilmente aos padrões.
O difícil caminho da música independente (sobretudo no Espírito Santo)
Dificuldade não é novidade para as bandas que procuram algum tipo de sobrevida no circuito independente de Vitória. Além das críticas em relação à estrutura para shows e ao despreparo dos veículos de comunicação locais, os cachês insuficientes e a falta de apoio já contribuiram para que fosse jogada a última pá de terra sobre muitas bandas boas que surgiram por aqui. De acordo com o guitarrista do Antemic, Alexandre, as turnês realizadas pela banda são muitas vezes deficitárias e o ambiente local também não permite vislumbrar um bom horizonte, a curto prazo.
A despeito de todas as dificuldades o A&P deseja sucesso e vida longa a todas as bandas que trilham esse caminho. Enquanto isso, o Antemic se revigora com o fôlego novo de seus novos integrantes para continuar, como tantas outras bandas, perseguindo seus moinhos de vento.
Estou disponibilizando uma pequena entrevista realizada com a banda para o Telejornal Laboratório do Curso de Comunicação da UFES. Lembrando que a qualidade ainda não é das melhores pois a entrevista foi feita de maneira independente, com filmadora digital e sem uma grande produção. Fiz uma pequena edição, um pouco superficial para adequar aos 2 minutos de espaço concedido no Telejornal Rascunho da Universidade. Agradecimentos especiais ao meu grande amigo Vitor Taveira (que ajudou com as filmagens) e ao monitor do LabCom, Mauro, pela força nas edições. Espero que gostem.
3 comments:
Pô Zé... muito bom o post... Adorei a entrevista tbm... ficou show =)
Só não consegui ouvir as músicas =( Deu algum erro aqui.
Legal vc se empenhando nessa parada... sua cara fazer essa assessoria =)
bjão ^_^
=*
Consegui ouvir =D.. horas depois a música começou a tocar do nada...(horas mesmo) ahsshuishsai
legalzão
=*
Aê juninho! Muito bom o post.
Já curto a banda. Com uma assessoria de responsa então...
Bjs.
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